quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

RIO ARINOS E A ÉPOCA DE DEFESO!


Porto dos Gaúchos e região tém o privilégio de serem banhados pelas águas do Rio Arinos, águas cheio de vida e histórias que são contadas com emoção e saudades, seu curso rumo ao norte, suas ilhas, curvas a perder de vista com aprocimadamente 760 Km de extensão foi testemunha do desenvolvimento do Vale do Arinos, onde aqui seus primeiros e muitos moradores utilizavam da pesca e caça com a necessidade de sobrevivência, até pouco tempo atrás ocorria a tal pesca predatória onde " pescadores " se aproveitavam da abundância de peixes e capturavam o máximo que podiam carregar, não pelo motivo de subsistência mas por ignorância e falta de consciência de que este recurso natural  contém uma enorme biodiversidade e é esgotavel. Nos dias de hoje amante da pescaria muitas vezes permanecem dias acampados em ilhas e nas margens do rio e ao retornarem da pescaria trazem poucos exemplares devido a queda das populações de diversas espécies de peixes provocado por um desiquilibrio ambiental consequênte a pesca predatória.

O que fazer para mudar esta realidade?
A anos muitos rios são submetidos a épocas de defeso ( piracema ), o rio arino pertence a bacia hidrográfica do amazônas e sua época de defeso iniciou no dia 05 de Novembro de 2010 e terminará no dia 28 de Fevereiro de 2011, com um período de 4 meses, será suficiente para o repovoamento natural das espécies?

Outra alternativa é a introdução de espécies de peixes criadas em cativeiro ( alevinos ), com isso aumentaria significamente as populações das espécis quase estintas, após um levantamento de espécies!

Defendo a tese da Bióloga Emiko Kawakami de Resende, doutora em Ciências. Chefe Geral da Embrapa Pantanal. Ex-Secretária de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, em que as populações naturais possuem uma grande variabilidade genética pelo fato de serem provenientes de muitos casais que se reproduzem na natureza, selecionados pelas condições naturais do ambiente.
 Em vez de jogar alevinos nos rios, a diminuição de estoques pesqueiros deveria ser combatida na origem, que é a devastação ambiental nas margens. É cada dia mais preocupante o modismo que está crescendo de tentar resolver a falta de peixes nos rios e reservatórios através do repovoamento, isto é, introduzindo alevinos criados em cativeiro. Pelo menos dois aspectos fazem com que o “tiro saia pela culatra”, como diz o dito popular. O primeiro deles é que a introdução de alevinos criados em cativeiro e colocados nos rios e represas, quase sempre provenientes de um casal ou poucos casais, faz com que a variabilidade genética seja muito baixa. As populações naturais possuem uma grande variabilidade genética pelo fato de serem provenientes de muitos casais que se reproduzem na natureza, selecionados pelas condições naturais do ambiente. Dessa forma, introduções aleatórias, mesmo feitas com as melhores intenções, podem levar à redução dessa variabilidade genética e, eventualmente, comprometer a sobrevivência da espécie. O segundo diz respeito à introdução de doenças e parasitas que antes não existiam no ambiente natural. Isto acontece porque a criação em cativeiro, em alta densidade, é extremamente propícia ao aparecimento de doenças e propagação de parasitas. O caso mais conhecido é a Lernia, uma espécie de crustáceo minúsculo, que parasita as brânquias de peixes e pode provocar mortandades maciças em cativeiro. Onde a Lernia foi introduzida em ambientes naturais, por repovoamento de peixes, tornou-se praga, impossível de ser erradicada. Ainda, o repovoamento é feito quase sempre usando alevinos. Ora, alevinos, como qualquer ser vivo, necessitam de alimento. Ao menos nos rios do Pantanal, a criação dos alevinos se dá nas áreas alagadas durante a cheia, localizadas no baixo curso. Soltar alevinos no rio Cuiabá, como já vem sendo feito perto de Cuiabá e Várzea Grande é improdutivo, pois nesse trecho do rio não há alimento para eles, fora o grande risco de introduzir doenças e parasitas.
Podemos então deduzir que para termos um resultado positivo em relação ao repovoamento com uma variabilidade genética natural a época de defeso deveria ser estendida por mais alguns meses ou anos como uma alternativa mais drástica e fiscalizações com mais frequência sem deixar de lado uma importannte ferramenta para o desenvolvimento humano, a educação.

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